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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

São Paulo 458 anos

Hoje a cidade que moro completa 458 anos, cidade que amamos ou aprendemos a amar pela sua riqueza de ensinamentos, cultura, diversidade de raças, enfim, mesmo sendo uma metrópole com seus problemas de cidade é também um lugar de sonhos para muita gente, sonhos realizados, frustrados ou a serem atingidos, isso é São Paulo.
Coloco abaixo, um poema do poeta Paulo Bomfim, um paulistano que tem tudo a ver com essa cidade.

Av. 23 de maio, sentido aeroporto de Congonhas                        Foto: Marco de Mojana 


Minha Insólita Metrópole
Minha insólita metrópole, capital de todos os absurdos!
Música eletrônica em fundo de serenata,paisagem cubista com incrustações primitivas, poema concreto envolto em trovas caboclas.
Cidade feita de cidades, bairros proclamando independência, ruas falando dialetos, homens com urgência de viver.
Oceano feito de ilhas. Ilhas chegando,ilhas sangrando, ilhas florindo.
Os céus cansados do concreto que arranha. Cresce o mar das periferias.
No barco dos barracos navegam um sonho.No fundo de cada um dos cidadãos do mundo,
dorme a província.
Ali a velha igreja com seu campanário esperando a mantilha da noite.
Anúncios luminosos piscam obsessões. O asfalto é irmandade de credos.
No centro, todos os vícios e todas as virtudes convivem nas esquinas da São João.
Os domingos são quadrados. Cabem dentro da tela do cinema, do aparelho de televisão, da página do jornal, do campo de futebol.
O metrô é mergulho no inconsciente urbano. Nele o mesmo silêncio dos elevadores. Convívio de sonâmbulos, de antípodas da fila de ônibus e do trem de subúrbio onde há tempo para o cansaço florir num sorriso.
Aqui o verde é esperança cobrindo o frio de existir.
Teatros e o ballet da multidão, museus contemplando o quadro dos que se agitam, orquestras e a sinfonia de uma época em mancha.
Nestes tempos modernos, Carlito operário ou estudante, comerciário ou burocrata, é técnico em sobreviver.
Planalto dos desencontros, porto dos aflitos, rosa de eventos onde até o futuro tem pressa de chegar.
Mal-amada cidade de São Paulo, EU TE AMO!

Pátio do Colégio                                                Foto: Marco de Mojana

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